Afastamentos no trabalho aumentam quase 30%
Método novo considera doenças pré-existentes nas profissões

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30/09/2008 – 15:50 – Desde a implantação do novo método de avaliação para a concessão do auxílio-doença, o número de trabalhadores afastados do trabalho na região aumentou em quase 30%.

A nova metodologia leva em consideração estatísticas que apontam as doenças mais registradas em cada área de trabalho. Desta forma, o perito pode concluir que o problema foi provocado pela profissão.

Para colocar em prática os novos critérios, o Ministério da Previdência criou o “Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário”, um método para identificar doenças e acidentes que tenham relação com o trabalho.

Desde que começou, em 2007, houve um aumento de 3.700% nas notificações para as empresas.

Mesmo que a empresa não notifique o acidente, o trabalhador tem direito ao benefício, baseado numa estatística de problemas profissionais. “Mostra automaticamente na tela do perito do INSS que aquela doença, estatisticamente, prevalece sobre determinada atividade e trabalho”, diz a médica sanitarista Vera Salerno Cerest.

Estatística

Na região de Campinas e Piracicaba, de janeiro a agosto de 2007, foram 5.582 casos de acidente ou doença de trabalho.

No mesmo período deste ano já foram 7.314 ocorrências. Na região de Ribeirão Preto, foram registrados 1.893 casos durante todo o ano passado, contra 1.250 notificados de janeiro até agora.

As novas regras reforçam a adoção de segurança no trabalho. Em uma fábrica de Campinas, que está há quase um ano sem acidentes, o número de licença saltou de cinco para 18.

O empresário Carlos Diaulas Cerpa reclama dos critérios para afastamento por doenças.“O problema é o da doença profissional, que não temos como controlar. Alguém diz que dói uma perna e nós não temos como tirar uma radiografia da dor ou tomar alguma providência.
Nós não conseguimos ainda um controle disso”, diz Cerpa.

De acordo com a assessoria do Ministério da Previdência, esta nova regra não aumentou o número total de benefícios. Ela apenas enquadra como acidente de trabalho afastamentos que iriam acontecer de qualquer forma. Na prática, existe uma mudança para as empresas. Quando o funcionário retorna de um afastamento deste tipo, ele tem estabilidade de um ano.

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